O empresário chinês Yu Donglai, fundador e presidente da rede de varejo chinesa Pang Dong Lai, rede de supermercados com mais de 7.000 funcionários, lançou uma política inovadora na empresa, a criação da “licença por infelicidade”. As informações são do jornal estatal People’s Daily.
De acordo com a publicação, a ideia é dia de folga para os funcionários que estiverem insatisfeitos sem precisar da com a rotina de trabalho. No entanto, há um limite de 10 dias por ano para que o trabalhador sair do trabalho por estresse ou desânimo.
Apesar da tentativa de Donglai em melhorar a qualidade de vida na China, Renata Livramento, especialista em saúde corporativa e bem-estar e professora da Human SA,faz um alerta para a medida. De acordo com Livramento, a medida pode se tornar uma armadilha.
“Se tem algo de positivo na licença por infelicidade é o fato de admitir que momentos difíceis fazem parte da vida, mas em vez de a empresa estar cuidando ativamente para que as pessoas tenham mais bem-estar e felicidade no trabalho, a empresa simplesmente tira a responsabilidade de campo, ficando inteiramente por conta do indivíduo”, diz.
Além da licença por infelicidade, o empresário chinês ainda adotou uma jornada de trabalho mais curta, de sete horas. Para Renata, as medidas podem significar um avanço para a China, que é conhecida por uma cultura de trabalho intensa.
“Claro que é uma discussão mais ampla, porque considerando a cultura das empresas chinesas, talvez seja um avanço para eles, mas está muito longe do ideal e traz intrinsecamente uma visão equivocada de que se retirarmos o que nos gera infelicidade seremos, então, felizes. A ciência da felicidade nos mostra que não é bem assim”, diz Livramento.
Fonte: Bnews