Terça, 20 de Maio de 2025
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Conheça a cientista brasileira que foi aceita em Harvard após realizar uma pesquisa inovadora sobre Alzheimer

Pesquisas indicam que certas doenças podem se manifestar bem antes da velhice. Uma equipe está investigando a possibilidade de que mutações genéticas possam atuar como uma forma de prevenção.

05/05/2025 às 08h58
Por: Redação
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Conheça a cientista brasileira que foi aceita em Harvard após realizar uma pesquisa inovadora sobre Alzheimer

Com apenas 28 anos, a biomédica gaúcha Giovanna Carello Collar está na vanguarda da pesquisa sobre o Alzheimer, uma doença que atinge 1,2 milhão de brasileiros e é a principal causa de demência no mundo.

Em seu doutorado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), ela investiga uma hipótese revolucionária: o Alzheimer pode começar no neurodesenvolvimento, ainda durante a gestação, muito antes dos sintomas se manifestarem.

Um dos achados mais importantes de sua pesquisa é a descoberta de uma mutação no gene da relina, uma proteína essencial para o desenvolvimento cerebral, que parece proteger contra o acúmulo da proteína tau, um marcador chave da doença.

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O talento de Giovanna tem sido amplamente reconhecido. Em 2025, ela recebeu o prestigiado prêmio “One to Watch” da Alzheimer’s Association International Conference (AAIC), que destaca neurocientistas em início de carreira com contribuições excepcionais.

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Além disso, foi selecionada pelo programa Fulbright Brasil para um curso de nove meses na Universidade de Harvard, onde embarcará em agosto para aprofundar suas pesquisas. 

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“O processo seletivo foi intenso, mas estou empolgada para aprender e colaborar em um dos maiores centros de pesquisa do mundo”, diz. 
Ao longo de sua carreira, ela conquistou mais de 15 bolsas de estudo de instituições como CNPq e CAPES, permitindo sua participação em conferências globais sobre doenças neurodegenerativas.

Inspiração familiar e compromisso com a ciência
A paixão de Giovanna pela ciência tem raízes familiares. Em entrevista ao Estadão, ela revela que sua avó, diagnosticada com Alzheimer aos 50 anos, inspirou-a a estudar a doença, enquanto sua mãe, uma química renomada, foi sua primeira referência científica. 

‍“Cresci vendo o impacto do Alzheimer na minha família e a dedicação da minha mãe à pesquisa. Isso moldou meu caminho”. 
Sua irmã mais nova, bióloga especializada em ornitologia, reforça a tradição familiar de mulheres na ciência.

Giovanna destaca a importância de incentivar mais mulheres a seguirem carreiras científicas, especialmente em um contexto em que, apesar de um crescimento de 29% na participação feminina na ciência brasileira entre 2002 e 2022 (segundo relatório da Elsevier-Bori, 2024), a presença de mulheres diminui em estágios avançados da carreira.


“Precisamos de mais igualdade em oportunidades, salários e reconhecimento”.
Um sonho maior: um instituto para o Brasil
Apesar da oportunidade em Harvard, Giovanna planeja retornar ao Brasil para realizar um sonho ambicioso: fundar um instituto dedicado ao estudo do Alzheimer. Seu objetivo é combater a “fuga de cérebros”, a saída de cientistas brasileiros por falta de investimento e oportunidades, e criar um espaço que valorize talentos locais, especialmente mulheres. 

“Quero que o Brasil seja um polo de pesquisa sobre Alzheimer e que nossas cientistas tenham o apoio que merecem”.

Impacto e prevenção do Alzheimer
O Alzheimer, que registra 100 mil novos casos anuais no Brasil, está em ascensão devido ao envelhecimento populacional. 

Giovanna explica que apenas 1% dos casos são genéticos, enquanto 99% são esporádicos, ligados a fatores como sedentarismo, obesidade e tabagismo, além de outros ainda desconhecidos. Ela enfatiza a importância de atividades que estimulem a “reserva cognitiva”, como palavras cruzadas, leitura e desafios intelectuais, para prevenir a doença.

“Treinar o cérebro desde cedo pode fazer a diferença”, recomenda.
Com uma trajetória que une inovação científica, inspiração pessoal e compromisso social, Giovanna Carello Collar está não apenas desvendando os mistérios do Alzheimer, mas também pavimentando o caminho para uma ciência mais inclusiva e robusta no Brasil. Sua passagem por Harvard e seu sonho de um instituto nacional prometem deixar um legado duradouro na luta contra a doença e no fortalecimento da pesquisa brasileira.

Fonte: Brasil Paralelo

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