Alagoinhas, cidade localizada no interior da Bahia, vive uma realidade preocupante quando o assunto é saúde pública. O Hospital Regional Dantas Bião, principal unidade de urgência e emergência da cidade, e a UPA 24h, destinada a atendimentos de emergência, são palco de longas filas, superlotação e, em alguns casos, denúncias de maus tratos por parte de profissionais de saúde. Para a população local, a espera por atendimento adequado tem se tornado uma experiência frustrante e, muitas vezes, dolorosa.
O Hospital Dantas Bião tem sido palco de denúncias recorrentes de demora excessiva no atendimento. Pacientes, muitas vezes em estado grave, se veem obrigados a aguardar por horas em filas de atendimento. A situação ficou ainda mais crítica recentemente, quando um paciente com fraturas expostas denunciou, em vídeo nas redes sociais, que estava aguardando atendimento desde as 7h da noite, sem ser socorrido. Segundo relatos, a espera só foi interrompida às 3h da madrugada, quando finalmente foi atendido.
"Foi um sofrimento terrível. Ele estava com fraturas graves e ninguém me dava uma explicação. Fiquei desesperada", relatou a acompanhante do paciente, que preferiu não se identificar. Casos como este têm se tornado cada vez mais comuns no hospital, o que levanta sérias questões sobre a qualidade do atendimento e a gestão das urgências médicas.
De acordo com moradores da cidade, a fila de espera muitas vezes ultrapassa as 3 horas, mesmo em casos considerados urgentes. "É um caos. Às vezes você fica esperando a noite toda, e os médicos atendem como se você não fosse importante", desabafou um morador que preferiu manter o anonimato
Além da falta de estrutura, outro ponto crítico levantado pela população é o atendimento desrespeitoso por parte de alguns profissionais de saúde. Enfermeiros e técnicos de enfermagem têm sido acusados de atitudes ríspidas e, em alguns casos, de negligência no trato com os pacientes.
"Já presenciei enfermeiros sendo agressivos com os pacientes, tratando as pessoas com impaciência e falta de empatia. Isso é inaceitável, principalmente em momentos tão delicados", afirmou uma acompanhante de paciente que esteve na UPA recentemente.
A pressão sobre os profissionais de saúde também é um fator que contribui para esses comportamentos. A sobrecarga de trabalho, a falta de apoio psicológico e os baixos salários são fatores que têm sido apontados como causas para o estresse crescente no setor.
A situação vivida pela população de Alagoinhas tem sérias consequências para a saúde pública da cidade. Pacientes que precisam de atendimento urgente muitas vezes se veem em uma situação de risco, aguardando por horas sem receber a devida assistência. Além disso, muitos trabalhadores são forçados a faltar ao trabalho, pois não conseguem atendimento rápido e adequado para suas necessidades de saúde.
“O pior é que, quando você finalmente consegue ser atendido, muitas vezes já está em um estado muito pior do que quando chegou. Isso não deveria acontecer em um hospital público", afirmou um morador, visivelmente frustrado com o sistema de saúde.
A população de Alagoinhas exige uma resposta mais rápida e eficiente dos gestores públicos. A falta de respeito com os pacientes, o atendimento demorado e a superlotação nas unidades de saúde têm levado muitos a questionar o papel da Prefeitura e do Estado na garantia de um serviço público de saúde de qualidade.
"Precisamos de mais do que promessas. Queremos um atendimento digno, onde o paciente seja tratado com respeito e tenha acesso à saúde de qualidade, sem esperar horas para ser atendido", concluiu um morador.
Assim, o sistema de saúde de Alagoinhas enfrenta uma crise que afeta diretamente a qualidade de vida da população. As longas filas, a falta de médicos e enfermeiros, além dos relatos de desrespeito e negligência no atendimento, exigem medidas urgentes por parte das autoridades competentes. A comunidade espera por mudanças reais, que assegurem um tratamento digno para todos os cidadãos, sem a necessidade de esperar para viver.
Fonte: Portal Alagoinhas News