Na manhã desta quinta-feira (05), o líder comunitário de Narandiba, Andro Gonçalves, usou os microfones do programa Primeira Mão, da rádio Ouro Negro FM, para fazer duras críticas ao modelo de funcionamento do Orçamento Participativo (OP) da Prefeitura de Alagoinhas, conduzido pela Superintendência Municipal de Participação Popular (SUPAPO).
Segundo Andro, a atuação da SUPAPO é “dispensável”, já que, de acordo com ele, as demandas da comunidade foram amplamente apresentadas ao prefeito Gustavo Carmo durante as reuniões do programa Falaê, que embasaram a construção do plano de governo da atual gestão. "Se as comunidades já falaram o que querem no Falaê, pra que serve essa nova escuta?", questionou o líder comunitário.
A principal crítica de Andro recai sobre o formato das reuniões do OP, que, segundo ele, restringem a participação real da população. “A comunidade só pode escolher uma obra para entrar na Lei Orçamentária Anual, e mesmo essa escolha foi ignorada com a desculpa de que não caberia no orçamento. Isso reduz a participação a quase nada. O OP virou a peneira do Falaê”, declarou.
Durante a transmissão, o empresário e radialista Juscélio Carmo entrou ao vivo por telefone e reforçou as críticas de Andro. Ele defendeu que as associações de bairro já cumprem o papel de identificar e relatar as necessidades da população, cabendo ao governo apenas agir para resolver.
Juscélio ainda voltou suas críticas para a Secretaria Municipal de Governo, afirmando que diversos líderes comunitários vêm enfrentando dificuldades para serem atendidos pela pasta. “É uma reclamação recorrente. Falta escuta, falta acolhimento e sobra burocracia”, afirmou.
As declarações acenderam o debate sobre a efetividade das ferramentas de participação popular na gestão municipal de Alagoinhas, evidenciando o descontentamento de parte da sociedade civil organizada com os atuais canais de diálogo da Prefeitura
Fonte: Se Liga Alagoinhas