Quarta, 09 de Julho de 2025
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Roubo do Século: Hackers roubam 1 bilhão da conta de reserva do Banco Central do Brasil

Pelo menos seis instituições financeiras teriam sido afetadas pela ação criminosa, com desvios de recursos de empresas e interrupção do Pix

03/07/2025 às 14h13
Por: Redação Portal
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Roubo do Século: Hackers roubam 1 bilhão da conta de reserva do Banco Central do Brasil

O ataque hacker que teve como alvo a C&M Software, empresa que presta serviços para instituições provedoras de contas transacionais que não possuem meios de conexão própria, afetou clientes de alguns bancos, que ficaram sem acesso ao Pix.

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Fundada em 1992, a C&M Software é a companhia responsável pela mensageria que interliga instituições financeiras ao Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) – o que engloba o ambiente de liquidação do Pix, sistema de transferências e pagamentos instantâneos criado pelo Banco Central (BC) em 2020 e amplamente utilizado pelos brasileiros. O principal foco de atuação da empresa é o desenvolvimento de soluções para operações no ecossistema de pagamentos instantâneos.

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De acordo com relatos do mercado financeiro reproduzidos pelo jornal O Globo, pelo menos seis instituições financeiras teriam sido afetadas pela ação criminosa, com desvios de recursos de contas de empresas e interrupção temporária de operações via Pix.

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Uma dessas instituições atingidas é o Banco Paulista, que relatou que “uma falha no provedor terceirizado” levou à interrupção temporária do Pix. Segundo nota do banco, suas equipes técnicas vêm trabalhando em parceria com o BC para o restabelecimento do serviço o mais rápido possível.

“A falha foi externa, não comprometeu dados sensíveis nem gerou movimentações indevidas”, afirmou o Banco Paulista, por meio de nota.

Uma das instituições mais afetadas foi a BMP, provedora de serviços de “banking as a service” que está em operação desde 1999. No ano passado, a BMP reportou uma receita bruta de R$ 804 milhões e um lucro líquido de R$ 231 milhões.

Também em nota, a BMP afirmou que nenhum cliente foi atingido no ataque hacker.

“No caso da BMP, o ataque envolveu exclusivamente recursos depositados em sua conta reserva no Banco Central. A instituição já adotou todas as medidas operacionais e legais cabíveis e conta com colaterais suficientes para cobrir integralmente o valor impactado, sem prejuízo à sua operação ou a seus parceiros comerciais”, diz o comunicado.

A companhia diz ainda que continua operando normalmente, “com total segurança”, e “reforça seu compromisso com a integridade do sistema financeiro, a proteção dos seus clientes e a transparência nas suas comunicações”.

A C&M Software confirmou que foi vítima de um ataque hacker. Embora até o momento não haja nenhuma informação oficial sobre valores, o prejuízo pode ter alcançado cerca de R$ 1 bilhão, segundo informações do site Brazil Journal. Relatos iniciais sobre o caso apontam que os hackers teriam desviado pelo menos R$ 400 milhões.

Apesar de os nomes de todas as instituições financeiras afetadas não terem sido divulgados, estimativas iniciais apontam que cada banco ou fintech teria registrado perdas acima de R$ 50 milhões, em média.

Em nota, a C&M confirma que foi “vítima direta da ação criminosa, que incluiu o uso indevido de credenciais de clientes para tentar acessar de forma fraudulenta seus sistemas e serviços”.

“Por orientação jurídica e em respeito ao sigilo das apurações, a C&M não comentará detalhes do processo, mas reforça que todos os seus sistemas críticos seguem íntegros e operacionais e que as medidas previstas nos protocolos de segurança foram integralmente executadas”, diz a empresa.

A C&M informou ainda que está colaborando com as autoridades competentes, como o BC e a Polícia Civil de São Paulo, nas investigações sobre o ataque hacker. Metrópoles também apurou que a Polícia Federal (PF) deve investigar o ataque cibernético contra a prestadora de serviços.

O BC, por sua vez, informou que “a C&M Software, prestadora de serviços de tecnologia para instituições provedoras de contas transacionais que não possuem meios de conexão própria, comunicou ataque à sua infraestrutura tecnológica”.

“O Banco Central determinou à C&M o desligamento do acesso das instituições às infraestruturas por ela operadas”, afirmou a autoridade monetária.

Fonte: Metropoles

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